A Carta
A Carta
Cordiais
Saudações
Querida Paula
dos Santos, como vai de saúde?
Cá deste lado
estou bem e nada mal. Apenas decidi escrever-lhe para partilhar consigo o
seguinte:
Hoje lembrei-me
de si como nunca, não que não me lembre noutros dias, mas por ser o dia que
mais tocou o meu coração ao pensar nos bons momentos que juntos presenciamos e
vivemos.
Não quero criar
mas intenções ao seu novo relacionamento e muito menos nele interferir, espero
que bem me entenda. Apenas quero lhe levar nesta pequena embarcação de
lembranças e juntos viajarmos nela como nos velhos tempos que correram. Ora
reviver o que nos lapidou ate conhecermos o verdadeiro sentido de um amor puro
e de estar acompanhado.
Que não nos
lembremos de momentos tristes, pois não me calam a alma ao pensar nas vezes que
discutíamos e chorávamos pelo mesmo motivo: Magoar-nos sem motivos!
Ah, e olha que
ainda tenho todos os presentes que de si ganhei nos aniversários, dias de São
Valentim e de Felicitações no fim de cada curso de formação profissional. São
esses presentes que me consolaram nos momentos tristes e quando mais precisei
do seu carinho.
Está lembrada
daquela vez que quase íamos pernoitar na Esquadra, em Porto, por desacato à
autoridade? Mas tivemos tanta sorte, pois o seu primo, o Álvaro dos Santos, era
o Comandante daquele posto Policial. Os lugares que juntos frequentávamos vivem
no meu quotidiano e é como se fosse um ontem recente.
Depois da nossa
separação, fiquei um ano sem nenhum compromisso por ainda lhe guardar no meu
mais sublime coração...pernoitava a choramingar pensando no que terá acontecido
connosco. As respostas se desenhavam e desencadeavam às marcas das lágrimas em
meu semblante.
Foi difícil superar e começar uma nova vida sem você, ao lado de
uma outra pessoa que não tem nada a ver consigo, completamente diferente de si.
Aprendi a amar de novo, apesar da dor que em mim que não se curava, só se
prorrogava toda vez que estivesse a pensar em si. No meio da dor encontrei um
novo começo, ganhei novas asas em outra companhia: Sou pai de um filho e ele se
chama Álvaro Borges.
E você? Como tem
estado nestes últimos anos que já se perfazem um total de cinco anos sem a
gente se ver ou, por ventura, se encontrar nos sovacos da cidade de Porto.
Pacientemente
aguardo para ouvir novidades suas.
Aquele Forte
Abraço do seu ex...
Jonathan Rui
Borges
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