A Sexy Mulher do Bar - Capítulo III

outubro 16, 2019


O Teste e a Soraya

Após ter recebido os resultados sobre nenhuma infecção do HIV senti-me aliviado espiritualmente ao pensar na possibilidade de continuar a viver minha sem preocupações. Tinha que voltar às consultas três meses depois do dia da primeira consulta. Nessa espera dos três meses, levei uma vida cautelosa, tomando precauções de modo a evitar o sucedido daquela tarde da quarta-feira naquele bar. Enfim, fui a algumas festas de convívio entre amigos tive oportunidade de conhecer algumas personalidades. 

O Cuyuku, companheiro de trabalho me apresentou a uma ex-colega do Liceu que andava a bastante tempo encalhada e sem rumos aplausíveis nos relacionamentos que teve. Já era altura de ela esticar a bola para frente. Ela se chamava Soraya, era uma pessoa linda e melosa ao se comunicar. Resumindo era social e generosa para com todos. A humildade é o que a caracterizava em todos sentidos.

Cuyuku: Soraya, vem cá. Deixe-me te apresentar ao meu amigo. Ele é Marcos. Marcos esta é a Soraya, a moça de quem te falei noutro dia.
Marcos: és linda. Encantado em te conhecer. (num olhar de admiração)
Soraya: obrigada, o prazer é todo meu. (Rindo timidamente)

O Cuyuku se retirou para que ficássemos a sós. “Boa conversa aí” – disse ele se retirando.
Conversámos e trocámos os endereços físicos e os números de telefones para que pudéssemos conversar em outras ocasiões. Saímos a passeio e ao jantar muitas vezes. As conversas foram ficando cada vez mais intimas até que certa noite sentimos os suspiros do outro ao toque dos nossos lábios, era o primeiro beijo a rolar. Isso já era o início da relação mas sem nenhuns planos futuros.

A vida de namoro foi indo, abraços aqui e ali, passeios, fotografias e tudo mais. A apresentei aos meus pais, que de certeza, aplaudiram à companhia na qual me encontrava. Minha mãe, de tanta alegria comprometeu-se em realizar uma minúscula festa de modo a apresentar a Soraya aos demais membros da família. Deixa aqui vos lembrar, era antes de manter as relações sexuais com a Soraya até então. Certo dia a Soraya disse-me que já passam dois meses e meio do namoro e isso é um bom sinal na vida dela e que queria dar mais um passo na relação ao se envolver comigo sexualmente. Mas para que isso aconteça era imperioso que fóssemos ao hospital para o teste de HIV de modo a ter uma vida sexual saudável, limpa e fora das desconfianças.

Concordei com ela, a adverti que devíamos esperar mais um tempo para acabar a segunda quinzena do mês, pois havia ido fazer o teste há dois meses e meio. Não a menti, tive que contar o que aconteceu para o bem da relação que já era séria. Ela aguentou esperar e disse que estará comigo para o que der e vier.
Soraya é uma mulher muito generosa” – assim eu pensei indagando as minhas acções passadas que só rodopiavam no meu subconsciente.
Continuámos com as nossas conversas e as saídas na maior normalidade do possível, afinal de contas apesar de a ter contado sobre os meus deslizes não impunha o fim da relação. A segunda quinzena se esgotou e já era altura de enfrentar a verdade custando o que custar. Dirigimo-nos a um Centro de Saúde no qual fui da primeira vez. Chegados perfilamos para o atendimento, ao entrar exibi o meu cartão de consultas ao teste de HIV.
Antes que começassem, Soraya advertiu-me “Não importa que resultado possas ter lá, estarei aqui contigo”. Ouvindo essas palavras, respirei fundo e encarrei os meus actos. Até parece que ela já me conhecia antes de me conhecer.

Ela foi a primeira a ser atendida e deu NEGATIVO.
Chegou a minha vez e o resultado foi o oposto do da Soraya: POSITIVO.
Lacrimejando olhei nos olhos dela e a disse “Não terei uma vida saudável contigo, no entanto o certo a fazer é seguires a tua vida em diante, não te quero amaldiçoar pois tens muito pela frente”. Ela retorquiu e disse “estarei contigo no que der e vier”. Insistiu dizendo que era ao meu lado que queria estar independentemente do meu estado de saúde.

Fomos indicados um outro compartimento do Centro de Saúde para entrar no processo de medicação. Chegados à casa, tinha um mau-estar e uma aparência deprimida. Soraya, contou à mãe o que encontramos no hospital. Chorando ela veio até mim e disse “vamos passar isto juntos filho”.

Lamentava pelo facto de ter sido estúpido e ignorante comigo naquele quarto do condomínio, pois já me encontrava desprovido de gerar netos aos meus pais, filhos à Soraya e sobrinhos aos meus irmãos. Senti-me demónio da minha própria alma, pensei em tirar a minha própria vida. Apesar da dor da consciência flutuava em mim veio a razão: tirar a minha vida só trará sofrimento às pessoas que mais gostam de mim. Soraya, com a sua generosidade me apoiou em todos sentidos!

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