A Sexy Mulher do Bar - Capítulo III
O Teste e a
Soraya
Após ter
recebido os resultados sobre nenhuma infecção do HIV senti-me aliviado
espiritualmente ao pensar na possibilidade de continuar a viver minha sem
preocupações. Tinha que voltar às consultas três meses depois do dia da
primeira consulta. Nessa espera dos
três meses, levei uma vida cautelosa, tomando precauções de modo a evitar o
sucedido daquela tarde da quarta-feira naquele bar. Enfim, fui a algumas festas
de convívio entre amigos tive oportunidade de conhecer algumas personalidades.
O Cuyuku, companheiro de trabalho me apresentou a uma ex-colega do Liceu que
andava a bastante tempo encalhada e sem rumos aplausíveis nos relacionamentos
que teve. Já era altura de ela esticar a bola para frente. Ela se chamava
Soraya, era uma pessoa linda e melosa ao se comunicar. Resumindo era social e
generosa para com todos. A humildade é o que a caracterizava em todos sentidos.
Cuyuku: Soraya,
vem cá. Deixe-me te apresentar ao meu amigo. Ele é Marcos. Marcos esta é a
Soraya, a moça de quem te falei noutro dia.
Marcos: és
linda. Encantado em te conhecer. (num olhar de admiração)
Soraya:
obrigada, o prazer é todo meu. (Rindo timidamente)
O Cuyuku se
retirou para que ficássemos a sós. “Boa conversa aí” – disse ele se retirando.
Conversámos e
trocámos os endereços físicos e os números de telefones para que pudéssemos
conversar em outras ocasiões. Saímos a passeio e ao jantar muitas vezes. As
conversas foram ficando cada vez mais intimas até que certa noite sentimos os
suspiros do outro ao toque dos nossos lábios, era o primeiro beijo a rolar.
Isso já era o início da relação mas sem nenhuns planos futuros.
A vida de namoro
foi indo, abraços aqui e ali, passeios, fotografias e tudo mais. A apresentei
aos meus pais, que de certeza, aplaudiram à companhia na qual me encontrava.
Minha mãe, de tanta alegria comprometeu-se em realizar uma minúscula festa de
modo a apresentar a Soraya aos demais membros da família. Deixa aqui vos
lembrar, era antes de manter as relações sexuais com a Soraya até então. Certo
dia a Soraya disse-me que já passam dois meses e meio do namoro e isso é um bom
sinal na vida dela e que queria dar mais um passo na relação ao se envolver
comigo sexualmente. Mas para que isso aconteça era imperioso que fóssemos ao
hospital para o teste de HIV de modo a ter uma vida sexual saudável, limpa e
fora das desconfianças.
Concordei com
ela, a adverti que devíamos esperar mais um tempo para acabar a segunda
quinzena do mês, pois havia ido fazer o teste há dois meses e meio. Não a
menti, tive que contar o que aconteceu para o bem da relação que já era séria.
Ela aguentou esperar e disse que estará comigo para o que der e vier.
“Soraya é uma
mulher muito generosa” – assim eu pensei indagando as minhas acções passadas
que só rodopiavam no meu subconsciente.
Continuámos com
as nossas conversas e as saídas na maior normalidade do possível, afinal de
contas apesar de a ter contado sobre os meus deslizes não impunha o fim da
relação. A segunda quinzena se esgotou e já era altura de enfrentar a verdade
custando o que custar. Dirigimo-nos a um Centro de Saúde no qual fui da
primeira vez. Chegados perfilamos para o atendimento, ao entrar exibi o meu
cartão de consultas ao teste de HIV.
Antes que
começassem, Soraya advertiu-me “Não importa que resultado possas ter lá,
estarei aqui contigo”. Ouvindo essas palavras, respirei fundo e encarrei os
meus actos. Até parece que ela já me conhecia antes de me conhecer.
Ela foi a
primeira a ser atendida e deu NEGATIVO.
Chegou a minha
vez e o resultado foi o oposto do da Soraya: POSITIVO.
Lacrimejando
olhei nos olhos dela e a disse “Não terei uma vida saudável contigo, no entanto
o certo a fazer é seguires a tua vida em diante, não te quero amaldiçoar pois
tens muito pela frente”. Ela retorquiu e disse “estarei contigo no que der e
vier”. Insistiu dizendo que era ao meu lado que queria estar independentemente
do meu estado de saúde.
Fomos indicados
um outro compartimento do Centro de Saúde para entrar no processo de medicação.
Chegados à casa, tinha um mau-estar e uma aparência deprimida. Soraya, contou à
mãe o que encontramos no hospital. Chorando ela veio até mim e disse “vamos
passar isto juntos filho”.
Lamentava pelo
facto de ter sido estúpido e ignorante comigo naquele quarto do condomínio,
pois já me encontrava desprovido de gerar netos aos meus pais, filhos à Soraya
e sobrinhos aos meus irmãos. Senti-me demónio da minha própria alma, pensei em
tirar a minha própria vida. Apesar da dor da consciência flutuava em mim veio a
razão: tirar a minha vida só trará sofrimento às pessoas que mais gostam de
mim. Soraya, com a sua generosidade me apoiou em todos sentidos!
Sem comentários:
Enviar um comentário